A morte pode ser vista como fonte para entendimento da própria vida. É uma memória que está presente no estudo da mentalidade de uma sociedade. Considerar a morte como fonte patrimonial é entender as últimas vontades dos mortos, a partir de seus vestígios encontrados no entorno de suas sepulturas.

Vista de Jazigos de mármore no "Cemitério dos Escravos" em São José do Barreiro (SP). Foto: Ludmila Pena Fuzzi, 2008. Imagem disponível em: http://cafehistoria.ning.com/photo/photo/listForContributor?screenName=2gtwxjdtzj31u&page=3
O cemitério pode ser local para identificação de elementos que demonstram a história social e artística de uma região. A estatuária, as obras arquitetônicas, os epitáfios e os símbolos encontrados e analisados nos túmulos valorizam e exaltam a preservação desse imenso patrimônio público.
A concepção de patrimônio iniciou-se com a carta do Conde de Galveias ao governador de Pernambuco, para a conservação do Palácio de Duas Torres. A luta para conservação dessa temática viabilizou a organização legal para a valorização do patrimônio histórico nacional, com a criação de órgãos para sua defesa. Considerando esses propósitos, foi possível analisar o Cemitério dos Escravos em São José do Barreiro, uma significativa fonte de estudos. O local foi tombado em 1989, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), com a finalidade de conservar a memória da sociedade do século XIX e início do XX, da cidade em que se localiza.

Vista do "Cemitério dos Escravos" com suas singulares palmeiras em São José do Barreiro (SP). Foto: Jenyfer Ramos, 2009. Imagem disponível em: http://cafehistoria.ning.com/photo/photo/listForContributor?screenName=2gtwxjdtzj31u&page=3
Para proceder a essa discussão, é necessário fundamentação em teóricos como Philippe Ariès, João José Reis, no contexto da morte, e em Françoise Choay e Le Goff, na questão patrimonial. Os documentos utilizados, como testamentos, óbitos e outros, por meio da metodologia aplicada, oportunizaram a reflexão dialética entre vida e morte na sociedade barreirense do século XIX até meados do século XX.

A historiadora Ludmila Pena Fuzzi, produziu esta obra como monografia de graduação no curso de História do Departamento de Ciências Sociais e Letras da Universidade de Taubaté (SP), sob orientação da Profª. Ms. Rachel Duarte Abdala em 2008. É membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Regional (IPHR) e da ANPUH. Pós-graduada em Políticas e Sociedade do Brasil Contemporâneo, possui vários artigos publicados. Vem desenvolvendo junto a seus colegas do IPHR um Projeto de Preservação e Restauração do Cemitério dos Escravos de São José do Barreiro que deverá se tornar o primeiro Museu da Morte do país. É membro do Café História ( http://cafehistoria.ning.com/profile/LudmilaPenaFuzzi ) e possui um blog: http://profludfuzzi.blogspot.com/
[Dados sobre a obra]:
Páginas: 181
Edição: 1ª
Ano: 2010
Editora: Departamento de Ciências Sociais e Letras da Universidade de Taubaté/Clube do Livro
Preço Encontrado: R$ 43,31.
Fonte:http://clubedeautores.com.br/book/19422--A_Morte_Patrimonial
Mais informações sobre o Cemitério dos Escravos em São José do Barreiro (SP) na postagem:
http://kimitirion.blogspot.com/search/label/S%C3%A3o%20Jos%C3%A9%20do%20Barreiro%20%28SP%29%3A%20Cemit%C3%A9rio%20%C3%A9%20palco%20da%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20de%201932