A morte nos faz cair em seu alçapão, / É uma mão que nos agarra / E nunca mais nos solta. / A morte para todos faz capa escura, / E faz da terra uma toalha; / Sem distinção ela nos serve, / Põe os segredos a descoberto, / A morte liberta o escravo, / A morte submete rei e papa / E paga a cada um seu salário, / E devolve ao pobre o que ele perde / E toma do rico o que ele abocanha.
(Hélinand de Froidmont. Os Versos da Morte. Poema do século XII. São Paulo : Ateliê Editorial / Editora Imaginário, 1996. 50, vv. 361-372)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Campo Mourão (PR): Histórias e mitos cercam cemitério

Cruz de Cedro que virou árvore está até hoje no local. Imagem disponível em 26/02/2011 no site: http://www.tribunadointerior.com.br/campo-mourao/noticias/3975/?noticia=historias-e-mitos-cercam-cemiterio



Por Walter Pereira. Reportagem publicada no site do JORNAL TRIBUNA DO INTERIOR ( http://www.tribunadointerior.com.br ) nas "Notícias" de Campo Mourão em: 20/02/2011 - 11:07 Atualizado em: 26/02/2011 - 05:31

Quem nunca sentiu medo ou teve a leve sensação de um arrepio correr a espinha ao ouvir as sombrias histórias que acontecem entre os quatro cantos dos cemitérios? O local onde todos nos encontraremos um dia é sempre cercado de muitos mitos e mistérios. Os contos, reais ou não, sempre serão colecionados para serem contados por alguém. E no cemitério de Campo Mourão não poderia ser diferente. Tem coveiro que já viu desde bonecos vudu a filho desenterrar o pai e, acreditem se quiser, até uma cruz que já virou árvore.

A história do cemitério São Judas Tadeu começou oficialmente em março de 58, com o sepultamento de uma mulher. De acordo com os registros da administração, na região havia pelo menos outros quatro “campos santos”, que foram desativados em meados de 2005. Eles eram localizados no São Benedito, Piquirivaí e comunidades do KM 28 e 32. Em Campo Mourão, o primeiro cemitério a ser instalado no município foi no Lar Paraná. Ainda na década de 80, os corpos haviam sido todos removidos ao cemitério atual.

Atualmente, de acordo com informações da administração, há espaço apenas para mais 170 novas sepulturas no cemitério, ou seja, levando em consideração que em Campo Mourão morre uma média de 570 pessoas por ano, o local está com os seus dias contados. “É difícil estabelecer com certeza a quantidade de quantas pessoas ainda podem ser sepultadas. Muitos são enterrados junto de familiares”, explica o administrador João Maria Correa Gonçalves, acrescentando que até agora foram registrados oficialmente em torno de 19.586 sepultamentos.

Vandalismo

Em geral, os cemitérios por mais sombrosos que possam ser, são geralmente considerados espaços tranquilos, locais de paz. “Venho no cemitério toda semana para visitar alguns familiares e gosto da tranquilidade. A hora passa que nem vejo”, confirma a dona de casa, Fátima Herculano, de 38 anos.

No entanto em Campo Mourão, nem mesmo os mortos escapam da brutalidade dos vândalos, que destroem o local. Para se ter uma ideia somente nestes dois primeiros meses do ano, mais de 20 vasos já foram furtados, sem falar das inúmeras peças de bronze, que simplesmente desaparecem. “É difícil evitar. O local é muito grande e existe apenas um vigia para cada turno”, justifica Gonçalves, ressaltando que raramente alguma peça é recuperada.

A cruz que virou árvore

Fatos curiosos marcam a história do único cemitério do município. De acordo com o historiador Jair Elias dos Santos Júnior. Um destes mitos é a “Cruz de Cedro”, fincada no túmulo de Maria Silvério Pereira, esposa de Jozé Luiz Pereira. Trata-se da primeira pessoa que fixou, em definitivo, residência em Campo Mourão.

Por volta de 1905, Maria Silvério estava arando terra, quando então sofreu um acidente fatal. O cavalo que ela montava arrastou-o, agravando o seu problema abdominal. Os seus familiares fizeram a sepultura e colocaram uma cruz, feita de cedro.

Agoniado com a tragédia, Jozé Luiz resolveu ir embora para o Mato Grosso, onde estava seu irmão, Antônio Luiz Pereira. Com o passar dos anos, a cruz apodreceu, permanecendo somente seu tronco. Segundo os mais antigos, da terra do cemitério brotou vida e transformou a cruz de madeira em uma imensa árvore que está até hoje no cemitério.

Com o sepultamento de Maria Silvério, criou-se entre as famílias pioneiras o hábito de enterrar seus familiares no local. A história da cruz de cedro virou o conto “A cruz que virou árvore”, escrito pela historiadora Édina Simionato. (WP)

Jurandir, o coveiro que já viu ‘de tudo’

Pessoas mortas por apenas R$5, filho jogando lata de cerveja na sepultura dos pais, preservativos espalhados pelo cemitério, rituais de magia negra. Enfim, o coveiro Jurandir Ribeiro de Araújo, de 49 anos, que mantém o ofício há pelo menos 14, diz que já viu de tudo no campo santo de Campo Mourão.

“É lamentável você saber que alguém teve a coragem de matar uma pessoa por R$5. Fico pensando, como pode existir alguém assim. Já vi filho revoltado com o pai até no momento do enterro. Ele pegou a enxada da minha mão, abriu um buraco sobre a sepultura e jogou uma lata de cerveja dentro, enquanto falava palavrão contra o próprio pai”, conta o coveiro.

Preservativos no cemitério já cansou de encontrar. Além disso já encontrou rituais de magia negra, como bonecos espetados com agulhas, nomes de pessoas dentro de garrafas e até pequenos punhais enterrados na terra. "Quando encontro enterro tudo", comenta.

Ele relata até um caso inusitado, mas com tanto tempo no ofício e entendendo a dor da família encara com naturalidade. “Foi um dia em que estava sepultando o pai de uma moça e ela, inconformada, ficava me vendo como uma pessoa cruel. Dizia que o pai dela ia ficar sem ar embaixo da terra e que um dia alguém ia fazer daquele jeito comigo também”, conta ele, que diz não temer a passagem dessa vida. Evangélico, só se preocupa com uma coisa: alcançar a salvação eterna. “Só gostaria de ter a certeza da salvação. O resto não importa.”

Há tanto tempo enterrando gente, Araújo diz que já dividiu tristezas e derramou lágrimas junto a famílias. “Rapaz, tem hora que a gente não aguenta e chora junto. O meu trabalho me faz pensar na vida”, completa. (WP)
Jurandir trabalha há cerca de 14 anos no cemitério. Imagem disponível em 26/02/2011 no site: http://www.tribunadointerior.com.br/campo-mourao/noticias/3975/?noticia=historias-e-mitos-cercam-cemiterio


O retrato do descaso

Sepulturas em ruínas, carreadores na terra pura e sujeira, mas muita sujeira mesmo para todos os lados. Este é o estarrecedor retrato do São Judas Tadeu. Um dos locais mais visitados da cidade não oferece sequer o mínimo de estrutura aos visitantes. Atualmente, de acordo informações levantadas junto a administração, pelo menos 80% do cemitério não dispõe de asfalto. Os carreadores que estão com o que resta de malha asfáltica também estão bastante deteriorados.

A situação é ainda mais grave onde não tem asfalto. A erosão já começa a formar valetas entre os túmulos. De acordo com os próprios funcionários, quando chove o local fica praticamente intransitável.

A reportagem entrou em contato com o secretário de planejamento para saber se existe algum projeto de melhorias para cemitério, mas não o encontrou. (WP)

Há 28 anos idosa limpa e conserva túmulos

Um ofício nada comum e que, de certa forma, exige muita coragem. Afinal de contas não é qualquer pessoa que se dispõe a cuidar de túmulos. É arrepiador, ainda mais por se tratar de cemitério. Estamos falando de uma personagem real. Ela se chama Nair da Rocha da Silva, de 66 anos, que há pelo menos 28 anos limpa e conserva túmulos no cemitério. A idosa presta os serviços particulares e, por mês, consegue tirar algo em torno de pouco mais de um salário.

Dona Nair, como é mais conhecida, é uma senhora franzina, tímida, mas corajosa. Hoje ela é responsável pela conservação de pelo menos 60 túmulos no cemitério São Judas Tadeu. Há quase três décadas trabalhando ao lado dos mortos, ela afirma que nunca presenciou nenhum fenômeno estranho, muito menos se sentiu mal ou amedrontada por estar próxima aos defuntos. “Me sinto em paz”, sintetiza.

Dona Nair, como é mais conhecida, limpa pelo menos 60 túmulos por mês. Imagem disponível em 26/02/2011 no site: http://www.tribunadointerior.com.br/campo-mourao/noticias/3975/?noticia=historias-e-mitos-cercam-cemiterio


No entanto a zeladora faz uma ressalva, diz que a única coisa que a incomoda são as macumbas espalhadas pelos estreitos carreadores junto às tumbas. “Já encontrei velinhas coloridas de ‘saravá’ e até galinha preta morta”, revela.

Todos os dias, pelo menos desde que começou a trabalhar no cemitério, a rotina de Nair é a mesma: pegar no trabalho às 8 horas da manhã com parada às 6 horas da tarde. Ela diz que os pais, entre outros parentes estão sepultados no local e aproveita também para visitá-los.


Nair faz questão de ressaltar as inúmeras amizades já consolidadas no local. Além dela, pelo menos outras 10 mulheres aderiram ao ofício. A senhora lembra que hoje, boa parte da limpeza é feita por ela, mas que no futuro, quando também estiver no mundo dos mortos espera que outra pessoa continue a tarefa. “Não pode esquecer de limpar o meu túmulo também”, brinca. “Às vezes a gente brinca, mas é verdade”, completa com leve sorriso estampado no rosto tímido. (WP)



Fonte:http://www.tribunadointerior.com.br/campo-mourao/noticias/3975/?noticia=historias-e-mitos-cercam-cemiterio

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Rio Grande do Sul: Pesquisadora resgata memória de milhares de desbravadores

Fotos Divulgação. Imagem disponível em 17/02/2011 no site: http://www.brasilalemanha.com.br/portal/index.php?p=noticias&getID=5739

Publicado no site: BrasilAlemanha (www.brasilalemanha.com.br) , no Blog da Júlia Kupfers Blog, Notícias BrasilAlemanha, acessado em 17/02/2011.

Lançado em novembro de 2010, o livro Cemitérios em Candelária, RS e adjacências / Friedhöfe in Candelária, RS und Umgebung, da pesquisadora Marli Marlene Hintz, traz o registro de 5.098 pessoas sepultadas em 40 cemitérios no interior dos municípios de Candelária, Passa Sete e Vale do Sol, na região central do Rio Grande do Sul.

Marli Hintz autografando seu livro. Imagem disponível em 17/02/2011 no site: http://www.brasilalemanha.com.br/portal/index.php?p=noticias&getID=5739


É o primeiro volume da série que visa resgatar os obituários ocorridos naquela região, a fim de preservar a memória dos desbravadores, visto que suas sepulturas vêm sendo substituídas por novos sepultamentos, sem que haja o cuidado de mencionar quem anteriormente ocupara aquele espaço. A obra traz ainda o endereço de cada cemitério, bem como um esquema de localização de cada sepultura.
As crônicas acerca da origem de alguns cemitérios, como, no caso, o Cemitério Familiar Schuck e o Cemitério Familiar Knies, iniciados após uma tragédia, foram traduzidas também para a língua alemã, assim como os demais textos e endereços.

Quem tiver interesse em adquirir um exemplar do livro ou alguma fotografia de lápides de pessoas nascidas até 1900, poderá contatar a autora através do telefone (51) 8181 5138 ou (51) 9159 3195 ou pelo e-mail marli_hintz@hotmail.com.

A autora inserida na cultura gaúcha com o inseparável chimarrão. Imagem disponível em 17/02/2011 no site: http://www.brasilalemanha.com.br/portal/index.php?p=noticias&getID=5739

Sobrenomes encontrados:

Abling, Achtenberg, Aggens, Albrecht, Almeida, Alves, Andrade, Anger, Aretz, Aubana (Haubert), Aude, Auler, Aute, Ávila, Azevedo;

Bagel, Baier, Baierle, Bailke, Bapen, Bappen, Bartel, Bartz, Basso, Bastos, Batista, Bauer, Beber, Becker, Behling, Beier, Beise, Beisse, Belhke, Beling, Bellingh, Bender, Berlr (Berle), Bernardi, Bernardy, Bernhard, Bertoline, Bicca, Bilge, Bittencourt, Blank, Bloesz, Boeck, Böck, Bock, Boer, Böer, Boesel, Boettger, Bohrer, Bolduan, Bolgrin, Boness, Bopp, Borchard, Borges, Born, Borstmann, Bottlender, Braatz, Braga, Brainer, Brainert, Brandão, Brandt, Brant, Brats, Bratz, Brem, Bressler, Bringmann, Brockhausen, Brixner, Brum, Bublitz, Buchmaier, Buchmayer, Buchmeier, Bündchen, Burmeister, Busato, Busch, Buss, Butzke, Butzker, Butzlaff;


Imagem disponível em 17/02/2011 no site: http://www.brasilalemanha.com.br/portal/index.php?p=noticias&getID=5739


Campos, Candido, Cardoso, Carlotto, Carmo, Carvalho, Casdro, Caspers, Castan, Castro, Ceza, Cezar, Chaves, Christmann, Chultz, Clauhs, Coimbra, Colto, Conceição, Conrad, Correa, Correia, Coulart, Couto, Cristow (Ristow);

Daleaste, Dashow, Dassov, Dassow, Daumke, Dausel, Davares, D’Ávila, Dettmann, Dias, Diehl, Doebber, Doege, Doss, Drachler, Durre vald (Dürrewald), Dürrewald, Dutra, Duval;

Ebert, Eckel, Einloft;

Gerunewald, Gevehr, Gewehr, Ghiell, Giehl, Gienow, Ginow, Goechs, Goecks, Göcks, Goelzer, Göhl, Goldbeck, Gomes, Gonçalves, Gomçalves, Gonsalves, Goulart, Goularte, Goularti, Grade, Graeff, Grehers, Grehs, Greiner, Groeler, Gröler, Grohe, Gruneval, Grunewald, Guedes, Guindel, Gularte, Guna, Gündel, Güntel;

Haetinger, Hackbard, Hackbarth, Hasse, Haubert, Haupt, Haut, Hauth, Hautt, Heilmann, Heylmann, Heimerdinger, Heinrich, Heinze, Heize (Heinze), Heller, Hencker, Henckes, Henke, Henker, Henkes, Henquer, Henrique, Herber, Herberts, Herbertz, Hermenegildo, Hesel, Hessel, Hienze (Heinze), Hinz, Hintz, Hirsch, Hoppe, Hoqqe (Hoppe), Hösel, Hübner, Hüschen;

Imagem disponível em 17/02/2011 no site: http://www.brasilalemanha.com.br/portal/index.php?p=noticias&getID=5739

Ignácio, Iser;

Jaehn, Jagnow, Jahke, Jahn, Jahnck, Jahnke, Jancke, Janke, Jappe, Jensen, John, Jost, Jung, Junk (Jung);

Kadatz, Kamenberg, Kanitz, Kannenberg, Kappke, Karnopp, Karsten, Kasburg, Kaulfersch, Kegler, Kellermann, Kenemann, Kettermann, Klaus, Kleid, Klein, Kleinert, Klock, Knak, Knies, Knirsch, Knoll, Kochemborger, Kochenborger, Koenemann, Könemann, Koenig, König, Koepp, Köpp, Kohls, Konrad, Konradt, Koppenhagen, Kops, Körner, Kotz, Krätzmann, Krause, Kreher, Kretzmann, Krug, Krüger, Kühl, Kuhn, Kummer, Kuntz, Kunz, Küntzer;

Lamdskron (Landskron), Lauer, Leib, Leid, Lemes, Lenz, Leopold, Lermen, Lessing, Limberger, Lindemann, Linha, Linhar, Linhares, Lipert, Loebens, Loeve, Loewe, Löwe, Lopes, Love, Ludtk, Luedtke, Lüdtke, Lüdtze, Luther, Lütke, Luettjohann, Lüttjohann, Lutz;

Machado, Machata, Maciel, Maehler, Mahlke, Maidana, Malich, Mallüg, Manske, Maraschin, Marascuim, Marion, Maroes, Marques, Martin, Martins, Massadt, Mata, Mattana, Mechow, Melchior, Melchiors, Melz, Menezes, Michel, Milbradt, Minhs (Minks, Minks, Mohr, Mora, Moraes, Morais, Moraz, Morsch, Mota, Moura, Mouro, Müchel, Mueller, Müller, Muler, Mundstoc, Mündstock, Mundstock, Münks;

Imagem disponível em 17/02/2011 no site: http://www.brasilalemanha.com.br/portal/index.php?p=noticias&getID=5739

Nass, Nauder, Nauderer, Nehls, Nenemann, Nery, Neu, Neubauer, Neuenfeldt, Noinfelt, Nunes, Oesterreich, Oldenburg, Oliveira, Oltenbuar, Otto, Overbeck, Overbecke;

Padilha, Pagel, Paranha, Parnow, Passos, Paulos, Paulus, Pereira, Perussato, Petri, Petry, Pherner, Pidt, Pimenta, Pires, Pitrovsky, Plautz, Pless, Polli, Polly, Pomerening, Porto, Post, Pothin, Prade, Prado, Prates, Preste, Prestes, Priebe, Puntel;

Quevedo, Quimba, Quoos, Quos;

Rachel, Radinz, Radke, Radtke, Radüns, Raduntz, Radünz, Ramm, Ramoz, Rathke, Ratzinger, Rauber, Rech, Rediske, Regert, Rego, Rehbein, Rehebein, Rehers, Reis, Reohr, Retzlaff, Richardt, Rickmann, Rieck, Ristov, Ristow, Ritzel, Rocha, Rodrigues, Roehrs, Röhrs, Roerhs, Rohde, Roehers, Rohers, Röhers, Röhes, Roloff, Roos, Rosa, Rosário, Rösler, Rossa, Rothmund, Rotrique, Ruckert, Ruff, Runge, Ruppenthal, Rusch, Rusdoitschen, Rutsads, Rutsats, Rutsatts, Rutsatz, Ruttsatz;

Sá, Salim, Sandos, Santos, Schäme, Schefferdecker, Schell, Scherer, Schiefelbein, Schieferdecke, Schieferdecker, Schieffelbein, Schiefferdecker, Schiferdecke, Schiferdecker, Schiferdeker, Schifferdecker, Schilling, Schlittler, Schlemma, Schlemmer, Schloesser, Schlosser, Schmachtenberg, Schmid, Schmidt, Schmiedt, Schmitt, Schnantes, Schneider, Schönwalder, Schroeder, Schröder Schuck, Schuler, Schuldz, Schultz, Schulz, Schumacher, Schüncke, Schünke, Schurer, Schürer, Schvantes, Schwandes, Schwantes, Schwantez, Schwantz, Seckler, Sehn, Seibert, Severo, Seza, Shäme, Shulthz, Shultz, Silva, Silveira, Simon, Slim, Soares, Souza, Sperling, Staffen, Stahlecker, Stail (Steil), Steffen, Steil, Stein, Steindorff, Steinhaus, Stoeckel, Strach, Strassburger, Strub, Stumm, Souza, Suckow, Sudhaus, Svarosky;

Imagem disponível em 17/02/2011 no site: http://www.brasilalemanha.com.br/portal/index.php?p=noticias&getID=5739

Tech, Teche, Teichmann, Teixeira, Tesch, Tesche, Tetzlaff, Theichmann, Thom, Thume, Trindade, Turcatto, Türk;

Ullmann, Ummus;

Vargas, Velsch, Vick, Vidal, Voelz, Völz, Voese, Volff;

Wagner, Waide (Weide, Wallter, Wanzen, Wegener, Wegner, Weide, Weinig, Weinöhl, Weirich, Welker, Welsch , Wendler, Wermuth, Wernz, Wiedenhöft, Willmann, Wilmann, Winck, Winkelmann, Winter, Wohlenberg, Wolff, Wolffenbüttel, Wollmann, Wollmer, Wunes, Wunstel;

Zahn, Ziehmann, Zielch (Zilch), Ziemann, Zieske, Zilch, Zillmann, Zillmer, Zingler, Züge, Zühl, Zül, Zuse, Zusser

Fonte: Marli Hintz, autora
E-mail:
marli_hintz@hotmail.com


FONTE: http://www.brasilalemanha.com.br/portal/index.php?p=noticias&getID=5739

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Santo mau cheiro

Sepultados sob solo santo: Contrariando a opinião de cientistas do século XIX, um padre queria que os católicos continuassem sendo sepultados nas igrejas
"Diversos tipos de cortejos fúnebres", aquarela de Debret (1823). Imagem disponível em 11/02/2011 no site: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59701999000200003&script=sci_arttext#im3


Por Felipe Augusto de Bernardi Silveira. Fragmento de Artigo publicado nas páginas 44 a 47, da Revista de História da Biblioteca Nacional [versão online: http://www.revistadehistoria.com.br], Nº 64, Ano 6, de [01 de] Janeiro de 2011.

Um artigo no Diário Fluminense de 27 de dezembro de 1825, de um autor que se identificava apenas como “Novo Correspondente”, daria o que falar. Por suas argumentações, o texto parecia ter sido escrito por alguém letrado ou até por um médico, especialmente quando tecia elogios ao governo imperial, por conta de uma sábia decisão tomada naquele ano. O fato é que uma nova lei baixada na ocasião proibia que o interior das igrejas brasileiras continuasse a ser usado como cemitério, cumprindo uma antiga determinação feita por meio de uma Carta Régia de 1801. O artigo seguia com uma saraivada de acusações ao clero e criticava o fato de a Igreja Católica brasileira enterrar seus mortos nas campas, pequenos quadrados de madeira numerados no chão do templo. Era algo que parecia atrasado, pouco civilizado e, principalmente, nocivo à saúde.

As coisas estavam mudando na primeira metade do século XIX. A chegada da família real em 1808 certamente desencadeou uma série de alterações na rotina e nos costumes dos súditos. Civilizar-se estava na ordem do dia, e um dos caminhos para se atingir esse objetivo era por meio do desenvolvimento da medicina. Após a Independência, em 1822, um corpo médico-higienista começou a propor soluções não só para os problemas sanitários do Rio de Janeiro, mas de todo o Império, uma vez que a insalubridade era tida como a causa principal das enfermidades.

Cemitério Novo, em Petrópolis. foto de Pedro Hees (c.1870).[Original Acervo da Fundação Biblioteca Nacional - Coleção Thereza Christina Maria] Na primeira metade do século XIX, os enterros no interior dos templos foram proibidos em várias cidades brasileiras. Imagem disponível em 11/02/2011 no site: http://facadaleitemoca.wordpress.com/2009/06/05/rio-de-janeiro-seculo-xix/

Segundo as teorias médicas da época, o mal era um só: a presença de gases miasmáticos e nocivos no ar que se respirava, produzidos por matéria animal ou vegetal em decomposição. Invisíveis, podiam ser encontrados nas cidades, em locais onde o estrume ficava acumulado, como no meio das ruas, e onde havia água parada ou animais mortos. Mas esses miasmas eram percebidos principalmente nos cemitérios. A tese de doutorado de Manoel Maurício Rebouças, defendida na Faculdade de Paris em 1831, reforçava os argumentos dos higienistas brasileiros. Intitulada “Dissertação sobre as inumações em geral e seus desastrosos resultados”, ela reunia documentos tidos como fidedignos, pois envolviam pessoas de caráter inquestionável, como padres e médicos. O problema estava nas alterações sofridas pelo ar devido a diferentes propriedades que se agregavam a ele, alterando suas características originais. Até mesmo o hálito, a transpiração e os excrementos de um animal eram considerados agentes contaminadores. (...)

Leia a matéria completa na edição de Janeiro, nas bancas.

Felipe Augusto de Bernardi Silveira é professor da UFMG e do Colégio Dona Clara. É autor da Dissertação "Entre políticas públicas e tradição: O processo de criação do Campo Santo na cidade de Diamantina (1846-1915)" (UFMG, 2005).

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=3493