A morte nos faz cair em seu alçapão, / É uma mão que nos agarra / E nunca mais nos solta. / A morte para todos faz capa escura, / E faz da terra uma toalha; / Sem distinção ela nos serve, / Põe os segredos a descoberto, / A morte liberta o escravo, / A morte submete rei e papa / E paga a cada um seu salário, / E devolve ao pobre o que ele perde / E toma do rico o que ele abocanha.
(Hélinand de Froidmont. Os Versos da Morte. Poema do século XII. São Paulo : Ateliê Editorial / Editora Imaginário, 1996. 50, vv. 361-372)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Curitiba (PR): Jovens aprendem História no cemitério


O professor Edilson Aparecido Chaves adotou o Cemitério Municipal de Curitiba como objeto de estudo para suas aulas. Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo. Imagem disponível em 28/02/2012 no site: http://www.gazetadopovo.com.br/ensino/conteudo.phtml?id=1184908 
 
 
Por Adriana Czelusniak - educacao@ga­zeta­do­povo.­com.br Notícia publicada em 26/10/2011 na Seção de Ensino "Dica de Mestre" do Site do jornal Gazeta do Povo << www.gazetadopovo.com.br >> do estado do Paraná.
 
O estranhamento inicial é comum. Afinal, o que fazem um professor e uma turma de 70 adolescentes entre os túmulos do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, em Curitiba? A resposta é simples: o estudo da História. As visitas ao cemitério fazem parte de um projeto educacional do professor de História do Instituto Federal do Paraná (IFPR) Edilson Aparecido Cha­­ves, mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Os estudantes, que têm entre 14 e 17 anos, estão matriculados nos cursos técnicos de Processo Fotográfico e Informática. O professor diz que todos adoram participar do projeto, mas nem todos estavam convencidos de que seria uma boa ideia estudar no cemitério. “Quando eu disse que íamos fazer a pesquisa, eles ficaram um pouco desconfiados. Afinal: ‘Cemitério é lugar de mortos’, diziam. Eu respondia que no cemitério a História parou para quem está lá, mas não para quem visita”, conta Chaves.

Longa duração

Segundo ele, o projeto tem longa duração; teve início com as turmas deste ano e continuará com as dos anos seguintes. A proposta é que cada turma dê continuidade ao trabalho já desenvolvido. “Em geral, quando nós professores pedimos pesquisas para nossos alunos, elas se encerram com a entrega do trabalho. Neste caso, a investigação vai além: busca entender o processo de pesquisa e seu objetivo, que tem o intuito de construir novos documentos sobre o que é o cemitério”, explica.

Fazem parte do projeto estudos teóricos, conversas com especialistas, visitas com um dos quatro professores que participam do projeto, fotografias e, no final, a construção de um livro eletrônico sobre a investigação, que deve ser publicado, a partir do próximo ano, no site do IFPR.







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