A morte nos faz cair em seu alçapão, / É uma mão que nos agarra / E nunca mais nos solta. / A morte para todos faz capa escura, / E faz da terra uma toalha; / Sem distinção ela nos serve, / Põe os segredos a descoberto, / A morte liberta o escravo, / A morte submete rei e papa / E paga a cada um seu salário, / E devolve ao pobre o que ele perde / E toma do rico o que ele abocanha.
(Hélinand de Froidmont. Os Versos da Morte. Poema do século XII. São Paulo : Ateliê Editorial / Editora Imaginário, 1996. 50, vv. 361-372)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eugênio Prati - Entre fotos e túmulos

Selo do escultor Eugênio Prati, no Cemitério da Consolação. Foto: Douglas Nascimento, 2011/São Paulo Antiga. Imagem disponível em 04/04/2011 no site: http://www.saopauloantiga.com.br/eugenio-prati-entre-fotos-e-tumulos/


Por Glaucia Garcia. Postado em 16/03/2011 11:57 no site: São Paulo Antiga [ http://www.saopauloantiga.com.br ] .


Na década de 1920, São Paulo estava passando por diversas transformações urbanísticas e culturais. A nossa cidade estava crescendo e começando a ter status de uma grande metrópole.

Reflexo deste crescimento é que os cemitérios da Consolação e do Araçá estavam superlotados. Sendo assim, foi necessária a criação de uma outra necrópole, o Cemitério São Paulo, no ano de 1926. Paulistanos e principalmente imigrantes bem sucedidos começaram a comprar terrenos nesta necrópole. Escultores eram contratados pelas famílias para fazer verdadeiras obras de arte dentro do Cemitério São Paulo, entre eles, Nicola Rollo, Victor Brecheret, Galileo Emendabili, Vicente Larocca e Armando Zago.

Dentre tantos talentos um aflorava com cada vez mais destaque. Seu nome era Eugênio Prati (1889 – 1979) escultor com enorme talento e grande visão administrativa. Em 1940, Prati lançou um catálogo de obras esculturais de arte funerária para obter mais clientes e conseguiu grande êxito. Podemos encontrar obras de Eugênio Prati na maioria das necrópoles paulistas, também podemos encontrá-las no Cemitério São Francisco de Paula em Curitiba e Cemitério Municipal de Jaú, interior de São Paulo.

O que era para ser um simples catálogo virou hoje item de colecionador com valor histórico imenso. As fotos da galeria abaixo foram registradas no Cemitério São Paulo. Os túmulos continuam os mesmos, mas reparem em algumas fotografias de como a vista do bairro de Pinheiros era diferente. E isso é apenas uma pequena parte que este antigo catálogo nos reserva.

Comparativo fotográfico 1940-2011 (veja no site: São Paulo antiga outras fotos do "Comparativo fotográfico")





A autora: Glaucia Garcia de Carvalho Licenciada em História pela Universidade Guarulhos, é pesquisadora e professora da rede pública e particular em Guarulhos. Desenvolve trabalhos e projetos sobre patrimônio cemiterial visando à preservação e a identidade cultural. É co-fundadora da Associação Guarulhos tem História e da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC). É co-autora dos livros Guarulhos tem História e Guarulhos: espaço de muitos povos .


2 comentários:

  1. Prezado Rogério... não consegui localizar seu e-mail...gostaria de divulgar meu blog...sobre cemitérios das colônias alemãs no sul do Brasil, ali postei material em alta resolução, fotos de lápides antigas, de imigrantes e descendentes. Meu blog se chama www.cemiteriosalemaes.blogspot.com, obrigado e abraços,
    Felipe Kuhn Braun.

    ResponderExcluir
  2. Caro Felipe,

    Obrigado por prestigiar nosso blog. Quanto ao "Cemitérios Alemães" já está com o link disponível.

    Se puder ser útil em mais alguma coisa, é só dizer.

    Abraços.

    Rogério Frigerio Piva

    ResponderExcluir