De uma cronologia que remonta ao séc. XI à entrada da Peste Negra em Portugal (Século XIV), foram exumados cerca de quase duas centenas de ossadas. Com o advento de modificações climatéricas ocorridas nesse período o cemitério das barreiras foi coberto pelas dunas e as gentes que por ali habitaram foram deslocadas mais para o interior e para a margem norte do rio Cávado.
As sepulturas apresentam-se orientadas à regra mediévica: cabeça para ocidente e pés para oriente. Muitas vezes as sepulturas eram reaproveitadas, vendo-se em algumas 4 enterramentos. Os sepultamentos eram feitos sem caixão e o corpo deveria estar envolto numa mortalha, em posição decúbito supino. Algumas sepulturas apresentam-se em forma antropomorfa e existem algumas, não raras, imobilizações para a cabeça do defunto, usando pedras ou até mesmo telhas para tal.
Posteriormente ao depósito do morto no interior da sepultura, esta era cheia com terra e depois colocada a tampa e novamente coberta com terra. À cabeceira, ficaria uma pedra mais elevada, a servir de estela ou indicação da localização do sepultamento. Foram ancontradas algumas moedas da primeira dinastia (Dinastia de Borgonha ou Afonsina), escórias de ferro e muita cerâmica da época.
Cemitério Medieval de Barreiras em 2008, apesar de sua importância é ameaçãdo pela especulação imobiliária local. Imagem disponível em: http://solasrotas.blogspot.com/2008_10_01_archive.html
Bibliografia
CUNHA, E.; Araújo, T.; Marrafa, C.; Santos, A.; Silva, A.M. (1990/92). Paleodemografia da população medieval de Fão: resultados preliminares, Boletim Cultural de Esposende, vol. 17, Câmara Municipal de Esposende, Esposende, 1990-1992, pp. 127-136.
CUNHA, E.; Araújo, T.; Marrafa, C.; Santos, A.; Silva, A.M. (1992). Paléodémographie de la population médiévale portugaise de Fão: Résultats préliminaire. Rivista di Antropologia, vol. 70, pp. 237-245.
CUNHA, E.,Paleobiologia das populações medievais portuguesas. Os casos de Fão e S. João de Almedina, Dissertação de Doutoramento apresentada para a obtenção do grau de Doutor em Antropologia, apresentado à Faculdade de Ciências e Tecnologia da universidade de Coimbra, Coimbra, 1994.
ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Carta arqueológica do concelho de Esposende, Boletim Cultural de Esposende, vol. 13/14, Câmara Municipla de Esposende, Esposende, 1988, pp. 26-32.
ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, et alii, Necrópole Medieval das Barreiras - Fão, Boletim Cultural de Esposende, vol. 17, Câmara Municipla de Esposende, Esposende, 1990-92, pp. 111-126.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cemit%C3%A9rio_medieval_das_Barreiras
Sobre as polêmicas e ameaças locais (Vila de Fão) ao Cemitério Medieval:
http://conversadocafe.blogspot.com/2009/04/cemiterio-medieval-com-barreiras-sera.html
Muitos sítios cemiteriais antigos vêem cada vez mais ameaçados devido a expeculação imobiliária. Alguns, nem tão antigos...
ResponderExcluirCemitérios são assim: se não são "escondidos" pela invasão mata, são "enterrados" pela expansão das cidades.
Gosto muito do seu blog e das reportagens que aqui são postadas.
Prova que cemitério também é lugar de cultura e informação.
Beijos mil!