A morte nos faz cair em seu alçapão, / É uma mão que nos agarra / E nunca mais nos solta. / A morte para todos faz capa escura, / E faz da terra uma toalha; / Sem distinção ela nos serve, / Põe os segredos a descoberto, / A morte liberta o escravo, / A morte submete rei e papa / E paga a cada um seu salário, / E devolve ao pobre o que ele perde / E toma do rico o que ele abocanha.
(Hélinand de Froidmont. Os Versos da Morte. Poema do século XII. São Paulo : Ateliê Editorial / Editora Imaginário, 1996. 50, vv. 361-372)

sábado, 19 de setembro de 2009

Túmulos de 4.300 anos são encontrados no norte do Egito

Pirâmide Djoser, na necrópole de Saqqara, onde os túmulos foram encontrados. Foto: JANUSZ RECLAW.

Por Graziella Beting*
Revista História Viva, ed. 65, [10 de] Março de 2009
Saqqara, no Egito, é um complexo funerário mais antigo que as famosas pirâmides de Gizé. Essa imensa necrópole, ligada à antiga capital, Mênfis, foi utilizada ao longo de toda a história do Egito Antigo, até a época romana. A área vem sendo escavada há mais de 150 anos, e recentemente arqueólogos encontraram duas tumbas de 4.300 anos, datando do reinado do faraó Unas, último soberano da 5ª dinastia.


As tumbas estão a mais de 400 metros a sudoeste da pirâmide de Djoser, a mais antiga do Egito (cerca de 2700 a.C.). Essa região nunca tinha sido explorada, por se considerar que o cemitério não seguia até lá. O achado, anunciado pelo Conselho Superior das Antigüidades Egípcias, indica que a necrópole é maior que se imaginava, e que provavelmente ainda há muito a ser descoberto na região.


Segundo o arqueólogo-chefe do conselho, Zaki Hawass, acredita-se que apenas 30% dos monumentos egípcios foram descobertos. O resto continua coberto pela areia.
*Graziella Beting é jornalista e tradutora

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